ST 01 – Antropologia, tecnologias digitais e cibercultura

Coordenação: Jean Segata (UFRGS); Theophilos Rifiotis (UFSC); Letícia Maria Costa da Nóbrega Cesarino (UFSC)

Local: Sala 110 – CFH Bloco D Antropologia

O Seminário Temático visa agregar estudos etnográficos e discussões teóricas na antropologia e areas afins em torno de questões relativas a tecnologias digitais e cibercultura. Nas últimas décadas, temas e campos clássicos da antropologia têm envolvido cada vez mais a mediação de tecnologias e mídias digitais. Contudo, tais processos de “digitalização” de dinâmicas sociais e culturais ainda precisa ser melhor aprofundado e articulado no campo da antropologia da ciência e tecnologia e areas afins. Este ST convida assim a submissão de estudos preferencialmente etnográficos, mas também teórico-bibliográficos, sobre temas ligados à cibercultura e às mídias e tecnologias digitais.

Sessão 01: Economias virtuais, socialidades ocultas

Debatedora: Letícia Cesarino (UFSC)

Algoritmos como “máquinas de cultura”: Notas sobre política e produção de consenso no sistema peer-to-peer Bitcoin (Bruno Campos Cardoso – UFSCar)

“Roubamos sem dar um tiro”: uma etnografia de grupos de fraudadores no espaço virtual (Fabiana Felicio Botton – USP)

Tecnologias da informação e a ampliação do mercado de capitais no Brasil (Catarina Morawska Vianna – UFSCar)

Cognição e Técnica no desenvolvimento de um programa computacional em uma plataforma online (Victor Vieira Paulo – UFSC)

A Avatarização das Emoções: estética digitalizada do medo (Patricia Pereira Pavesi – UFES)

Poster: Digital Influencers no sul do Brasil (Dario Lopez – UFSC)

 

Sessão 02: Subjetividade, corpo e política

Debatedor: Jean Segata (UFRGS)

Broadcast your disability: reflexões sobre tecnologias digitais, corpo e deficiência (Fernanda Cristina Ferreira Nunes – UFRJ)

Ciberracismo e transição capilar: a experiência de uma etnografia em uma rede social (Larisse Louise Pontes Gomes – UFSC)

Múltiplas ontologias do ser hacker: experiências da CryptoRave (Daniela Albini Pinheiro – Unicamp)

Perfis Ciborgues: humanos-robôs e robôs-humanos nos ecossistemas de informação online (Lorena Regattieri – UFRJ)

Cadasil at risk: um grupo de facebook para pessoas em risco de uma doença genética rara como espaço de sociabilidade (Everson Fernandes Pereira – UFRGS)

Poster: Mulheres em (des) associação: uma breve experiência etnográfica nos grupos pró e contra Bolsonaro no Facebook (Louise Lima Karczeski – UFSC)

 

Sessão 03: Direito e políticas públicas

Debatedor: Theophilos Rifiotis (UFSC)

Do isolamento à internet: o GESAC e as políticas públicas dependentes de conexão (Dalila Floriani Petry – U Paris Nanterre)

Filtrando e fazendo famílias: uma etnografia do arquivo digital de jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça (STJ) (Sara Regina Munhoz – UFSCar)

Entre a “digitalização” das práticas de cuidado e a gestão da política de financiamento em saúde mental infantil (Lecy Sartori – UNIFESP)

Infraestruturas da suspeição digital: configurações contemporâneas da produção de suspeitos criminais (Vitor Simonis Richter – UFRGS)

Etnoblografia: uma proposta dialógica de escritura etnográfica (Antonella Maria Imperatriz Tassinari – UFSC)

Poster: O passado no Digital: explorando as possíveis relações entre o museu e as tecnologias digitais (Mailane Maíra Messias Sampaio – UFPA)


 

ST 02 – Conexões transversais entre a Antropologia da Ciência e Tecnologia e a Etnologia

Coordenação: Felipe Süssekind (PUC-Rio); Guilherme José da Silva e Sá (UNB); Joana Cabral de Oliveira (Unicamp)

Local: Auditório do Bloco E – CFH

Diante da precariedade da vida em processos que têm sido nomeados de diversas formas – Antropoceno, Capitaloceno, Plantationceno, intrusão de Gaia, entre outros – esse ST busca explorar diálogos entre a Antropologia da Ciência e a Etnologia (ameríndia, caiçara, cabocla etc.). O objetivo principal é adensar os modos de abordar e pensar entrelaçamentos multiespecíficos que possibilitem vislumbrar a manutenção de formas de vida, a ressurgência, e a resistência aos processos em questão. Ao explorar conexões entre os estudos de práticas científicas e de práticas indígenas/tradicionais, propomos que se discuta como diferentes regimes de conhecimento podem se combinar ou contrastar, permitindo que abordagens diversas sobre relações multiespecíficas estabeleçam diálogos entre si. Busca-se, portanto, estabelecer diálogos a partir de propostas que envolvam formas de conhecer e narrar compatíveis com essas relações, ou seja, com o estudo de coletivos compostos por humanos, espíritos, animais, plantas, astros, artefatos técnicos e tantos outros-que-humanos.

 

Sessão 01

Debatedora: Joana Cabral de Oliveira (Unicamp)

“Tá é cheio de cacimba por aqui” O que vêem os vedores no ser tão… do sertão da Bahia. (Gabriel Rodrigues Lopes – CONICET, Argentina / Universidad de Buenos Aires, UBA)

Na Carne da Máquina: Personitude e Socialidade em tempos de Machine Learning. (Rafael Damasceno Ramalho Pereira – Museu Nacional/UFRJ)

Contra-formas de governo Modos de relação kaiowá diante a intensificação da presença dos saberes, poderes e tecnologias dos brancos. (Diógenes Egidio Cariaga- UFGD)

O Boto Encantado: captura e sedução no pensamento amazônico. (Kauã de Vasconcelos Favilla da Silva – Museu Nacional/UFRJ )

A disputa dos ‘recursos hidricos’ e a (re) existência quilombola. (Eleandra Raquel da Silva Koch – UFRGS)

 

Sessão 02

Debatedor: Guilherme Sá (Unb)

Urihi: a floresta cosmopolítica Yanomami e os espíritos que nela habitam (Leon Terci Goulart – UFSCar)

Experimentar um mundo desmantelado – agrobiodiversidade e relações multiespecíficas no Semiárido Paraibano. (Gabriel Holliver – Museu Nacional/UFRJ)

Lidando com alternativas infernais: a judicialização da demarcação territorial dos Tupinambá de Olivença. (Mariana Vilas Bôas Mendes – UFMG)

Mundos, humanos e plantas: A rede sociotécnica das Sempre-vivas no Espinhaço-MG. (Bethania Gabrielle Dos Santos – PPGMA/UERJ; Fatima Teresa Braga Branquinho – PPGMA/UERJ)

Experimentações preliminares a caminho de uma etnomusicologia de multiespécies. (Hugo Máximo Camarinha – UFSC

 

Sessão 03

Debatedor: Felipe Süssekind (PUC-Rio)

Na Carne da Máquina: Personitude e Socialidade em tempos de Machine Learning. (Rafael Damasceno Ramalho Pereira (Museu Nacional/UFRJ)

Guerras vegetais. (Joana Cabral de Oliveira – Unicamp)

Sonho e o aprendizado: diálogos entre a teoria onírica Yawanawá e a teoria neurocientífica. (Rafael de Brito Marques – Unb)

Conhecimentos tradicionais e articulações (cosmo)políticas: o protagonismo dos Guarani na retomada de territórios tradicionais no Mato Grosso do Sul. (Valéria Esteves Nascimento Barros – UFFS)

Matemáticas ameríndias. (Carlos Eduardo Freire Estellita-Lins – Fiocruz)

 


ST 03 – Coproduções contemporâneas: Intervenções biotecnológicas sobre o corpo, gênero e sexualidade

Coordenação: Marina Fisher Nucci (IMS/ UERJ), Livi Ferreira Testoni de Faro (IMS/ UERJ) e Fernanda Vecchi Alzuguir (UFRJ)

Local: Auditório do CFH 

Propomos reunir pesquisadore/as que reflitam sobre as intervenções biotecnológicas que incidem sobre corpos, gênero e sexualidade, colocando em debate as diversas esferas envolvidas na construção e difusão do conhecimento e também nas práticas de gerenciamento de gênero, sexualidade e saúde na contemporaneidade. Interessam-nos discussões que se aproximem do referencial teórico dos estudos sociais de ciência e tecnologia, estudos antropológicos, bem como investigações que explorem as críticas feministas à tecnociência e a problematização de distinções que reiteram hierarquias de gênero, tais como [tiraria: ciência e valores ou] natureza e cultura. Neste cenário, destacamos a relevância de pesquisas sobre a proeminência dos discursos que privilegiam os hormônios nas explicações sobre os corpos, comportamentos e subjetividades. Estes parecem se sobrepor a outros modelos de explicação, tanto no discurso científico quanto na divulgação para o público mais amplo. Tais perspectivas têm rendido vigorosas análises sobre temas tais como: envelhecimento, reprodução assistida, transexualidade, intersexualidade, as chamadas disfunções sexuais, entre outros, e os novos desenvolvimentos tecnocientíficos, desde a produção de diagnósticos aos fármacos para a administração bioquímica de si visando o aprimoramento.

Sessão 01: Hormônios, reprodução e maternidades

Debatedora: Claudia Fonseca (UFRGS)

Vítimas de anticoncepcionais: a circulação de informações sobre corpo, saúde e sexualidade no Facebook (Camila Pissolito – Unicamp)

Os hormônios contraceptivos entre antigas e novas controvérsias: (re)negociações em torno de contracepção, gênero e saúde (Bruna Klöppel – UFRGS)

Controvérsias em torno da pílula anticoncepcional: usos e recusas do medicamento por jovens mulheres das classes médias urbanas (Virgínia Squizani Rodrigues – UFSC)

“Que venha logo o tão sonhado positivo”: redes, saberes e práticas da “inseminação caseira” (IC) como técnica de reprodução humana (Carolina Maia de Aguiar – UFRJ)

Criar crianças, criar vínculos: por uma maternidade manifesto feminista (Flora Rodrigues Gonçalves – UFMG)

Corpo, gênero e ciência nas diretrizes da Organização Mundial de Saúde: reflexões sobre corpos femininos e vias de nascimento (Fernanda Loureiro Silva – IMS/UERJ)

O uso de ocitocina sintética durante o parto: as percepções das parturientes e os desfechos maternos e neonatais (Sarah Guerra Gonzalez Cursino dos Santos – Unb)

 

Sessão 02: Transformação corporal, aprimoramento e subjetividades

Debatedora: Jane Russo (UERJ)

O uso de silicone líquido industrial entre travestis e mulheres transexuais: sentidos e protocolos de atendimento na saúde pública brasileira (Aureliano Lopes da Silva Junior – LIDIS/UERJ)

“Se não for pra causar nem quero”: Feminilidades naturais e artificiais via cirurgias plásticas (Jéssica Cristine Brandt da Silva – UFRGS)

Cirurgias íntimas: novas tecnologias, aprimoramento corporal e materialização da diferença (Marcelle Schimitt – UFRGS)

Anorexia Nervosa e ativistas gordas: repensando diagnóstico e identidade (Beatriz Klimeck Gouvêa Gama – IMS/UERJ)

O que podemos e devemos aprender professores/as cisgênero das travestis para uma educação decolonial? (Yonier Alexander Orozco Marín – UFSC)

Estudo antropológico sobre a Profilaxia de Pré-exposição ao Vírus HIV (PREP) no contexto de Anápolis-GO (Eládio Fernandes de Carvalho Junior – UFG)

Corpo Aberto: uma etnografia sobre o borramento do discurso científico e religioso em um terreiro de Umbanda Esotérica em Belo Horizonte (Bianca Zacarias França – UFMG)

 

Sessão 03: Neurociência, genética e conexões múltiplas: sexo/gênero e as ciências da vida

Debatedora: Fabíola Rohden (UFRGS)

A magia das neurociências: cérebros infantis em questão (Claudia Lee Williams Fonseca – UFRGS)

De ontologias e ordens sociais – hormônios dos afetos, sinapses das relações, e um velho sujeito para novas ciências? (Arbel Griner – lMS/UERJ)

“Existe um gene para a sexualidade”: Genética, divulgação científica e questões de gênero (Beatriz Demboski Búrigo – Museu Nacional/UFRJ)

“Errar (meioticamente) é humano”: controvérsias em torno dos casos de mosaicismo embrionário na prática clínica dos screenings pré-implantacionais (Janaina Freitas – UFGRS)

Corpo, gravidez e as novas tecnologias da reprodução: visualidades e modelagens tridimensionais na construção da pessoa fetal (Marcos Castro Carvalho – UFPB)

Corpos simuladores de parto educando Corpos: “conexões quase humanas” (Raquel Littério de Bastos – UNESP – BOTUCATU; Regina Matsue – UNIFESP; Cristiane Spadacio – UFRN )

O gênero da ciência: uma análise sobre sexo, gênero e corpo feminino na medicina baiana nos anos 1900 – 1940 (Camila Soares da Silva – UFBA)

 


 

ST 04 – Encontro de Saberes: Transversalidades e Experiências

Coordenação: Edgar Rodrigues Barbosa Neto (UFMG); Marcio Goldman (UFRJ); Isabel Santana de Rose (UFAL)

Local: Salas de aula CFH bloco B 333 (quarta), 326 (quinta), 329 (sexta) 

Retomando discussões iniciadas durante a VI ReACT, este seminário pretende reunir diferentes reflexões de natureza etnográfica, político-pedagógica e epistemológica tendo por objeto as experiências de “encontro de saberes” em contextos acadêmicos, englobando ao menos três tipos de iniciativas: 1) as direcionadas para a inclusão de mestres e mestras do conhecimento tradicional como professores; 2) aquelas em que os(as) estudantes tiveram acesso à universidade por meio de políticas de ação afirmativa ou vestibular diferenciado; 3) aquelas em que os(as) estudantes estão matriculados(as) em cursos de natureza intercultural, incluindo licenciaturas indígenas e quilombolas, entre outros. Nosso objetivo central é examinar as consequências desses encontros sobre as práticas de conhecimento e as formas de organização acadêmicas, e os diferentes modos em que esses encontros são implementados por seus participantes nos contextos fora da universidade. O debate em torno dos “riscos” implicados nesses encontros é parte fundamental da proposta: de um lado, um “verticalismo hierarquizante”, que apenas inverteria a posição respectiva de saberes acadêmicos e não acadêmicos; de outro, um “horizontalismo democratizante”, supondo que as relações entre esses saberes são de mera equivalência e que, no fundo, as diferenças não importam. Nesse sentido, nossa sugestão é um esforço para pensar a relação entre saberes heterogêneos enquanto heterogêneos numa experiência de “transversalidade criativa”.

 

Sessão 01: Encontro de saberes: relatos de experiência

A interdisciplina Encontro de Saberes/UFRGS como proposta investigativa-metodológica (Rumi Regina Kubo – UFRGS; Luciana Prass – UFRGS; Ana Lúcia Liberato Tettamanzy – UFRGS; Marilia Raquel Albornoz Stein – UFRGS)

Quando uma estudante encontra o mestre: relato de experiência a partir da Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG. (Nicole Faria Batista – UFMG)

Encontro de Saberes: reflexões sobre a criação da disciplina “Artes e ofícios dos saberes tradicionais” na Universidade Federal de Roraima (UFRR).(Pablo de Castro Albernaz – UFRR; Américo Alves de Lyra Junior

Entre encontros e saberes. (Marco Antonio Saretta Poglia – UFRGS)

Bispo, o livro e as aulas. (Edgar Rodrigues Barbosa Neto – UFMG; Fernanda Cristina de Oliveira e Silva)

 

Sessão 02: Encontro de saberes: efeitos e práticas

Do bugre ao trickster: Memórias de meu pai Mac Suara Kadiwéu (Idjahure Achkar Kadiwel – Museu Nacional UFRJ)

“Conexões Afropindorâmicas”: relatos de experiências, confluências e subversões. (Marina Guimarães Vieira – UFBA; Jade Alcântara Lobo – UFBA)

Descolonização do pensamento: um caminho possível de reflexividade Indígena. (Francineia Bitencourt Fontes – Museu Nacional/UFRJ)

O etnógrafo como anfitrião: reversibilidades, simetrias e colaborações (Renata Marquez – UFMG)

Del hechizo de la Antropología al contra-hechizo de sus prácticantes. (Luis Reyes Escate (Museu Nacional/UFRJ)

 

Sessão 03: Encontro de saberes: inclusão e transformação

Breves considerações sobre os efeitos das políticas de ação afirmativa no ensino de Antropologia. (Ana Claudia Cruz da Silva – UFF; Antonio Carlos Rafael Barbosa)

Se faz o caminho ao andar: uma etnografia junto a mulheres indígenas Kaingang. (Geórgia de Macedo Garcia – UFRGS)

A educação Guarani e a escola: o desafio de educar para a vida. (Kércia Priscilla Figueiredo Peixoto – UFSC; Silvia Maria de Oliveira – UFSC)

Comitê de Ética da Pesquisa na encruzilhada: notas sobre trabalho de campo e os (des)encontros nos caminhos de Pomba-gira e Exu. (Humberto Manoel de Santana Jr. – Unicamp)

Música na Raça: compondo com mestras e mestres do terreiro Matamba Tombenci Neto. (Cynthia de Cássia Santos Barra – UFSB; Mither Amorim Mendonça de Aziz Lima – UFSB)

 


 

ST 05 – Escrita antropológica e contradisciplinaridade: encontros possíveis entre linguagens, grafias e (cosmo)políticas

Coordenação: Daniela Tonelli Manica (Unicamp), Rosana Castro (IMS/UERJ), Suzane Alencar (UFG)

Local: Auditório Bloco F – CFH

Forças criativas contradisciplinares emergem quando se incorporam diferentes epistemologias, ontologias e perspectivas sobre o mundo na universidade. A proposta deste seminário temático é discutir experimentações conceituais e narrativas, nas diversas áreas das ciências, dentre as quais se inclui a Antropologia. Acolheremos propostas de pesquisas etnográficas que liberem outras práticas de conhecimento possíveis e criações de linguagem e grafias a partir dos efeitos de encontros e tensões entre conhecimentos (tecno)científico e tradicional, de abordagens dos estudos feministas das ciências, de experiências de ações afirmativas e encontro de saberes nas universidades, de conflitos ambientais e de intervenções de subjetividades, corpos dissidentes e experimentações afrofuturistas. Sugerindo revisitar discussões sobre teoria etnográfica (Lima, 1999; Goldman, 2006); multiplicidade ontológica e (des)acordo pragmático (Almeida, 1999 e 2013); sobre saberes localizados e escrita politicamente situada (Haraway, 1995); simpoiese e “SFs” – feminismo especulativo, fatos científicos, ficção científica e fabulações especulativas (Haraway, 2016); (in)disciplinaridade (Despret e Stengers, 2011) e contradisciplinaridade (Souza, 2017), esperamos ocupar o espaço de (imagin)ação antropológica com propostas que permitam inventar um horizonte de possível diante desse presente avassalador.

 

Sessão 01: Ecologia política, divergências ontológicas e conhecimentos insurgentes

Coordenadora: Daniela Manica (Unicamp); Debatedora: Suzane Alencar (UFG)

A lama que rolou de cima: As condições das águas na região da foz do rio Doce após o rompimento da barragem de Fundão-MG. (Bianca de Jesús Silva – Unicamp)

Relações entre humanos e mais-do-que-humanos nas redes da conservação e da produção de ciência sobre espécies animais pouco emblemáticas no Esp. Santo. (Mariana Pimenta de Alvarenga Prates – UFES)

Mulheres e Políticas de Fins de Mundos entre os Guarani e Kaiowa em Mato Grosso do Sul. (Lauriene Seraguza Olegário e Souza – USP)

Quanto vale a vida Os Xikrin do Bacajá e os Juruna da Volta Grande do Xingu contra os impactos da hidrelétrica Belo Monte (Thais Regina Mantovanelli da Silva – UFSCar )

Cosmopolíticas Guaranis: ensaios videográficos em relações de alteridade. (Ana Lúcia Ferraz – UFF)

I would prefer not to… Confiscação da negativa e negativas insurgentes. (Jorge Mattar Villela – UFSCar)

ABC do Açude: uma poesia contra o Estado. Felipe Silva Figueiredo – UNIFESP)

 

Sessão 02: Cientificidades, colonialidades e experimentações contra-hegemônicas

Coordenadora: Suzane Alencar (UFG); Debatedora: Rosana Castro (Unb)

Os Extratos Fluídos e a profissão farmacêutica em São Paulo (1895 – 1917). (Isabella Bonaventura de Oliveira – USP)

Imaginação poético-sensível-científica na produção de corações artificiais – fabulações especulativas em tempos de incertezas e instabilidades. (Marisol Marini – USP)

Posicionar-se para perceber o mistério do parto. Reflexões localizadas sobre a tecnologia leve empregada pelas doulas. (Giovana Acácia Tempesta – Unb).

(Des)montando “escrituras” de um experimento de pesquisa lançado à deriva ou como perder-se por entre as labirínticas “epistèmês” antropológicas. (Luciano von der Goltz Vianna – UFSC)

“Até Thais Araújo a gente consegue. Lázaro Ramos, não”: reflexões sobre raça, ciência e tecnologia a partir de uma experiência auto-etnográfica de intervenção estética”. (Tatiane Pereira Muniz – UFRGS)

Conjurando válvulas de escape: exercícios de imaginação política e contra-colonial a partir de corpos racializados e sexo dissidentes. (Laura Carvalho – Museu Nacional/UFRJ)

A proposta cosmopolítica de Kendrick Lamar. (Caio Cesar de Azevedo Barros –Museu Nacional/UFRJ)

 

Sessão 03: Especulações feministas, grafias e práticas etnográficas

Coordenadora: Rosana Castro (Unb); Debatedora: Daniela Manica (Unicamp)

O “nós” intercessor: quando a etnografia também é magia. (Luiza Dias Flores – UFRJ )

Co-autorias comparadas. A urgência de outras grafias na produção antropológica. (Jacqueline Ferraz de Lima – UFSCar; Maíra Vale – Unicamp)

Microscópicas encruzilhadas tropicais: experimentações etnográficas em biohacking, design, feminismo e educação. (Clarissa Reche Nunes da Costa – USP)

Feminismo especulativo nas veredas pós-correlacionistas (Ana Paula Lemes de Souza – FDSM)

No fio da navalha: militância e etnografia em uma ocupação urbana intercultural. (Helena de Morais Manfrinato – USP)

“Criando caso”: escrita antropológica como território de afetos desconfortáveis. (Chirley Ferreira Mendes (IF Goiano Campus Campos Belos)

Uma proposição de escritas: a escrita etnográfica vista por uma inspiração cinematográfica. (Alef de Oliveira Lima – UFRGS )

 


 

ST 06: Experiências sentipensantes: corpos, saberes e ambientes em perspectiva

Coordenadores: Felipe Vargas; Adriano Premebida ; Agnaldo Nogueira de Souza; Mariglei Dias de Lima

Local: Sala 10 do Departamento de História – CFH Bloco C 

Este Seminário Temático tem como lócus de inscrição a problemática da “crise ambiental” em face às mudanças (ambientais) globais. As transformações do clima, a perda acelerada da biodiversidade e o colapso do modelo energético no capitalismo fóssil criaram a exigência de sentir e pensar  diante de um mundo em ruínas. Coletar indícios, tecer alianças, espreitar ameaças, afetar o sonho do outro, (com)jurar os feitiços, misturar os corpos, (com)fabular narrativas. Os corpos sentem que é preciso reconfigurar suas maneiras de estar no mundo. É preciso, assim, fabricar as operações pragmáticas, isto é, as ações, as habilidades corpóreo-sensitivas e os arranjos materiais-simbólicos concretos capazes de fazer eclodir novos modos de habitar os mundos (possíveis) que vêm de um mundo em ruínas e, junto, fazer hesitar novos modos de devastação dos mundos possíveis. Exceder, sem negligenciar, a “urgência de salvação” e suspeitar das “boas soluções” impõe a este Seminário Temático abrigar trabalhos e discussões que se dediquem a eventos empíricos que apresentem e problematizem experiências coletivas de saber – isto é, a coatualização propositiva de práticas entre múltiplos agentes – envolvidos em problemas ambientais concretos, tais quais os efeitos locais sentidos e pressentidos com as transformações do clima, com a perda da biodiversidade – incluída aí os saberes associados -, com as ameaças à soberania alimentar e com as barreiras da matriz energética capitalista industrial (megaprojetos hídricos, nucleares, fósseis, de mineração etc.). Dar-se-à prioridade a trabalhos que articulem estes temas com um dos seguintes eixos analíticos: (i) conflitos ambientais; (ii) habilidades corpóreo-sensitivas; (iii) práticas e políticas de alimentos; (iv) tecnologias de – e fugas ao – controle da vida biológica.

 

Sessão 01: Devires: experiências de pesquisa sob o signo dos megaempreendimentos

Em meio ao conflito, o desejo: desafios teóricos e políticos da ambiguidade (Ângela Camana e Gabriela Dias Blanco)

Pode o analista ambiental hesitar? Uma etnografia das experiências sentipensantes envoltas na prática infernal de consultoria ambiental em Belo Monte (Rafael Gomes de Souza da Costa)

“Criar forças em corpos crudos”: a invenção criativa corporal entre mulheres pujilistas em Havana (Cuba) e no Rio de Janeiro (Brasil) (Antonia Gabriela Pereira de Araujo)

Conflitos territoriais, invisibilidade e resistência: o caso da comunidade indígena de Areal (Isabel Beninca Gonçalves)

Aprender em asfalto, ar, flor, céu e estrelas nas/das/com naturezasculturas: currículos, sentidos e encontros (Leonardo Rangel dos Reis)

 

Sessão 02: Fluxos: o ir e vir das multidões entre cidades, matas e rios

Movimentos de resistência: pensando territorialidades caiçaras desde o conflito ambiental da Jureia (SP) (Maria Carolina Loureiro Fernandes)

Cerrado e a cidade: paisagens esquecidas, invisíveis e silenciadas em São Paulo (André Secchieri Bailão)

Borrando fronteiras entre pessoas e coisas: reflexões sobre o lugar do lixo no cotidiano (Jéssica Ferreira Cardoso)

Na correnteza da memória: o rio Jacaré e o povo oliveirense num emaranhado de vida (Ana Paula Santos Rodrigues)

“Isso não é água, é uma benção que veio pro Nordeste”. Disputas pela água no contexto da “transposição do Rio São Francisco” (Mariana Luiza Fiocco Machini)

 

Sessão 03: Disputas face à crise ambiental: riscos, desastres e saberes

Sociedade de risco, desastres ambientais e atingidos: estabelecendo algumas aproximações (Renata Venturim Bernardino)

Dançar, girar e correr livre como as águas: corpos, terras e mundos em composição no médio Vale do Ribeira – SP (Alessandra Regina dos Santos)

A sujeira visível e as ameaças que ninguém vê: como pombos e outros animais “sinantrópicos nocivos” permanecem no mundo (Sarah Faria Moreno)

Descrenoterapizar: o saber popular, a tecnociência e o mercado (Valderí de Castro Alcântra; Ana Paula Lemes de Souza

Na balança do aquecimento global: reflexões acerca da produção científica sobre branqueamento de corais no AquaRio (Julia Alves da Costa)

 


 

ST 07 – Técnicas e tecnologias da domesticação: dilemas e transformações nas relações entre humanos e animais

Coordenação: Felipe Ferreira Vander Velden (UFSCar); Carlos Sautchuk (UnB)

Local: sala de reuniões PPGSP – CFH Bloco C 2o andar

Este ST pretende associar o campo emergente e diversificado das relações entre humanos e animais na antropologia com as elaborações mais longevas sobre a domesticação ou domesticidade. Por um lado, parece necessário criticar e repensar a ideia de domesticação, muito frequentemente empregada sem maior reflexão crítica, mas sem abandonar o debate interdisciplinar com temas relativos às formas de convivência entre humanos e animais. Por outro lado, parece útil investir de forma mais sistemática em conceitos que antropólogos vêm utilizando para lidar com estes fenômenos complexos, como mutualismo, reciprocidade, simbiose, sistema domesticatório, arquiteturas da domesticação e domesticação da paisagem, entre outros. Neste cenário, o presente ST está aberto a debater pesquisas, preferencialmente de base etnográfica, que reflitam tanto configurações tradicionais quanto inovações, com inserção de novos animais ou procedimentos, seja no meio rural ou urbano, incluindo contextos biomédicos e científicos. São esperados trabalhos que transcendam a dimensão discursiva ou simbólica, enfocando também saberes, habilidades, práticas, artefatos ou técnicas que privilegiem arranjos relacionais entre humanos e animais em sua materialidade ou zona de contato.

 

Sessão 01: Cientistas, ciências e formas domesticatórias

1.1: Exóticos e cobaias: os cientistas e seus animais

Debatedor: Stelio Marras

Moscas, vermes e camundongos na ciência. (Iara Maria de Almeida Souza – UFBA)

Cães e gatos como espécies exóticas invasoras. (Andréa Barbosa Osório Sarandy – UFF)

1.2: Conservação e processos domesticatórios

Debatedor: Caetano Sordi

“Antes era o manejo gado, agora é o manejo do fogo”: analogismos e etologias comparadas no Jalapão (TO). (Guilherme Fagundes – UnB)

Sentir-se em casa: domesticação no domínio comportamental aves-humanos. (Beto Vianna – UFS; Fernanda Batista dos Santos – UFS)

 

Sessão 02: Os meios e os fins: variações da domesticação

2.1: Sutilezas e gentilezas da criação

Debatedor: Stelio Marras

“Eu chamei, ela não quis vir, deixei”: pensando sobre criadores e vacas no interior da Paraíba. (Joelma Batista do Nascimento – UFSC)

Humanos, santos e animais no interior paulista: o benzimento como técnica de criação. (Míriam Rebeca Rodeguero Stefanuto – UFSCar)

 

2.2: Vidas de cães: trabalho e caça

Debatedor: Caetano Sordi

Sobre genética, cães de trenó, perros salvajes e (des)controle humano: o que pode um cão na Terra do Fogo (Argentina). (Luisa Amador Fanaro – UFSCar)

Jhenkadö: homologias, diferenças e parceria entre caçadores ye’kwana e seus cães de caça. (Eduardo Henrique Carvalho Ferreira – UFRJ )

 

Sessão 03: Espaços e domesticidades: os sentidos da proximidade

3.1: Domesticações e coletivos humanos

Debatedor: Caetano Sordi

De marrons a kreyòl: a chegada dos porcos ao Caribe e a gênese do campesinato haitiano (1492-1804). (Rodrigo Charafeddine Bulamah – Unicamp, EHESS)

Antropozoogénesis en las ciudades de Chile o la Domesticación Cosmopolitana. (Arthur Arruda Leal Ferreira – UFRJ)

3.2: Proximidades indesejadas: o risco do selvagem

Debatedor: Stelio Marras

“Fecha ou não a praia”: conflitos e negociações em torno dos incidentes com humanos e tubarões em Pernambuco/Brasil. (Ana Cláudia Rodrigues da Silva – UFPE)

“Mantenha distância dos macacos”: notas sobre as interações entre humanos e um grupo de macacos-prego no Parque Nacional de Brasília. (Mariana Machado e Silva – UnB)

 


 

ST 08 – Mídias, ambientes, encantos

Coordenação: Bruno Reinhardt (UFSC); Maria José de Abreu (Columbia University)

Local: EPC2 CFH – Bloco C térreo

Em um ensaio programático, o ecólogo das mídias Neil Postman argumenta que “um novo medium não adiciona algo; ele transforma tudo”, considerando-se que “a mudança tecnológica não é aditiva; ela é ecológica” (Five Things We Need to Know About Technological Change). Sob essa ótica, pode-se dizer que o advento do rádio, da televisão ou da internet não simplesmente ampliaram a escala de influência da política, da religião, da economia ou da arte na modernidade, mas transformaram as suas próprias naturezas de maneira relacional e generativa. Pensar as tecnologias das mídias através de um modelo ecológico implica, primeiramente, em deslocar visões estabelecidas sobre suas “funções” instrumentais ou representativas e explorar como essas tecnologias transportam seus sujeitos, objetos e contextos ao estender e modificar a infraestrutura material, cognitiva, afetiva e valorativa em que vivemos. De forma adicional, uma abordagem ecológica das mídias rejeita oposições entre o orgânico e o mecânico ao apoiar-se em uma concepção holista do medium, que inclui transmissores físicos (como o ar e a luz), materiais, corpos, iconografias e esquemas de notação lado a lado com infraestruturas de transporte e eletrificação, tecnologias audiovisuais e as ubíquas “novas mídias” de cunho virtual. Nesse Seminário Temático buscamos trabalhos que explorem arranjos ecológico-midiáticos em diversos contextos históricos e etnográficos, destacando a sua relação com o que chamaremos de “encanto” ou a capacidade de evocar e invocar experiências de plenitude, presença ou co-presença. De acordo com Alfred Gell, o encanto seria “imanente a todas as classes de atividades técnicas” (A Tecnologia do Encanto e o Encanto da Tecnologia). Tecnologias do encanto podem ser ativadas em meio a ambientes localizados, assim como em espaços emergentes e desterritorializados, como a “esfera pública”, ou em nichos altamente contingentes e performáticos, como atmosferas e “bolhas”. Nosso objetivo é avançar na análise comparativa da relação entre tecnologia, ambiente e encanto, seja em suas formas religiosas (milagre, graça, possessão, tabu) seja em suas formas seculares (carisma político, glamour, sublime, Erlebnis, celebridade, etc.).

 

Sessão 01: Remediação e poder

Tecnoestética: o ciclo ressonante do poder não coercitivo nas redes sociais digitais. (Pedro Peixoto Ferreira – Unicamp)

Fogo, Meio/Medium, Soberania. (Maria José de Abreu – Columbia University)

Antropologia, teorias da conspiração e pós-verdade. (Rafael Antunes Almeida – UNILAB)

Pedagogias de imersão: ambientes, óleo-signos e tecnologias de governo em um seminário Pentecostal. (Bruno Reinhardt – UFSC)

Bitcoin, ativo ou moeda: anonimato financeiro, culturas monetárias e racionalidades regulatórias. (Gustavo Ramos Rodrigues – UFMG)

 

Sessão 02: Remediação e presença

“The video is wrong.”: notas etnográficas sobre a introdução do árbitro de vídeo na Copa do Mundo televisionada. (Victor Ramos Freire – UnB)

“Ela era luz nos olhos, ela se conectava com as pessoas”: o encanto de Marielle presente. (Daniel do Nascimento e Silva – UFSC )

“Uma foto tão pequena, mas cabe tanta coisa”. (Nadia Philippsen Furbringer – UFSC )

“Seu MC favorito fala muito na Internet”. (Guilherme de Almeida Abu-Jamra -UFSC)

O artista e sua magia: margem e manipulação de símbolos no funk carioca (Mylene Mizrahi – PUC-Rio)

 

Sessão 03: Remediação e aprendizado

Imaginamundos: O cinema socioambiental na formação inicial de professores de Ciências. (Rafael Nogueira Costa – UFRJ)

A sede do Teatro Popular União e Olho Vivo: um portal para outro tempo. (Ana Paula Parodi Eberhardt – UFRGS )

Tecnologias digitais, Comunicação Comunitária, Patrimônio Cultural e Mobilização Social. (Fernando Oliveira – UnB; Jairo Faria Guedes Coelho – Unb; Luiz Fernando de Freitas Molina – Unb; Leyberson Pedrosa – Unesp); Juliana Soares Mendes – Unb; Manuel Carlos Marques Montenegro Lopes da Cruz – Unb; Luana de Melo Cavalcanti – Unb; Lucas de Moraes Oliveira – Unb)

 


 

ST 09 – Contaminações multiespecíficas: narrativas de mundos em ebulição.

Coordenação: Nurit Rachel Bensusan (UNB e ISA); Henyo Trindade Barretto Filho (UNB); Thiago Mota Cardoso (UFBA)

Local: Salas de aula: EFI 201 (quarta), CFH 311 Bloco B (quinta) e CFH 322 bloco B (sexta)

Esse seminário temático visa produzir reflexões (respostas?) acerca da pergunta de Manoel de Barros, que encerra, entre parênteses, um poema do Livro das Ignorãças, publicado em 1993. O verso: (Pode um homem enriquecer a natureza com a sua incompletude?) finaliza o poema “Bernardo é quase uma árvore” e lança aos ventos uma questão ou, talvez, uma angústia. Será possível respondê-la? Talvez valha a tentativa. E talvez valha a pena partir de diferentes pontos de vista: dos conhecimentos tradicionais ecológicos, das novas técnicas biotecnológicas, do debate entre o Antropoceno, o Chthuluceno e a ocupação multiespecífica do mundo e também de uma compreensão mais ampla dos significados das narrativas de processos biológicos como a domesticação de plantas e animais e a evolução humana. E a tentativa ganhará mais sentido a partir de distintas narrativas e perspectivas: abordagens etnográficas imersas na vida, amalgamadas, misturadas e justapostas a literatura, a gastronomia, a poesia, a geografia, a arte, a medicina, a biologia, aos saberes dos povos indígenas e comunidades tradicionais e de todos os carpinteiros de mundos.

 

Sessão 01: Águas, paisagens, ruínas e seres contaminantes

Sobre animais que incomodam muita gente: capivaras, macacos pregos e comunidades tradicionais nas margens e mangues do Rio Parnaíba. (Lucas Coelho Pereira – Unb)

“Adeus Velho Chico, diz o povo nas margens!” Há um rio no leito de morte: reflexões sobre o mergulhar, navegar e práticas no Rio São Francisco e outras antropologias. (Igor Luiz Rodrigues da Silva – UFSC)

O “Gaiamum Petroleiro”, o “Meio Ambiente”, o “Quilombo” e o “Manquintal”: notas sobre (des)fazer mundos nas paisagens de mangue no Recôncavo da Bahia. (Rafael Palermo Buti – UNILAB)

Licenciamento de empreendimentos, novas espécies e incertas ecologias. (Ana Cecília Oliveira Campos – UFSCar)

Mundos em fuga: nos caminhos dos Pataxó de Geru Tucunã. (Antonio Augusto Oliveira Gonçalves – UFG)

Contaminação, descontaminação, e contra-contaminação da Terra. (Renan Pinna – UFSC )

Dos sentidos da carroça: cavalos urbanos em disputa por carroceiros e por empreendedores da libertação animal. (Emmanuel Duarte Almada – UEMG); Ricardo Alexandre Pereira de Oliveira – UnB)

 

Sessão 02: Plantas, vidas multiespécies e ambientes

Narrativas audiovisuais: Diferentes práticas que se somam e dissonam em um “ambiente praça” na cidade de São Paulo. (Julio Stabelini – USP)

Das plantas que crescem com cidades – investigação com coleções foto-gráficas colaborativas. (João Miguel Diógenes de Araújo Lima – UFC)

“Eu não investiria nisso se eu fosse uma planta”: modos e formas de conhecer na ecologia vegetal. (Felipe Mammoli – Unicamp)

A reciprocidade entre espécies. Co-domesticação, co-habitação e contiguidade. (Jéssica Zaramella – UnB)

O voo do dendezeiro: histórias de contaminações e ressurgências na paisagem. (Thiago Mota Cardoso – UFBA)

Plantar os mortos, sepultar as plantas: hipóteses sobre a vegetalidade humana. (Karen Shiratori – USP)

Ritmos e assembléias: A vida da mandioca em movimento junto aos Pataxó no entorno do Monte Pascoal. (Marilena Altenfelder de Arruda Campos – pesquisadora autônoma)

 

Sessão 03: Simbioses virais, conexões parciais e rizomas

Preparem as vassouras: reprodução, intimidade e espaço doméstico ou a crítica queer em tempos de epidemia. (Thiago Ranniery – UFRJ; Jorge Felipe Marçal Gomes – UFRJ)

Arboviroses “ainda por vir”: Notas sobre ecologia viral e imuno-preparação no estado de Sergipe. (Túllio Dias da Silva Maia – UFSCar)

Com o que sonham os carrapatos: um ensaio de parasitologia demoníaca (Bruno Martins Morais – PUC/PR )

Conexões parciais entre humanidade, técnica e utopia: o que ciborgues antropófagos tem a nos ensinar sobre Antropologia. (Gabriel Cardozo de Lima – Museu Nacional/UFRJ)

Sobre ser uma fêmea chimpanzé: a primatologia e as naturezas da diversidade sexual. (Mateus Oka – UEM)

Trair a espécie (ou errâncias no fim do mundo). (Alberto Luiz de Andrade Neto – UFSC)

Veredas radiais: mycelia como alternativa viva ao antropocentrismo e à escrita linear. (Vitor Chiodi – Uncamp)

 


 

ST 10 – Ciência, técnica e práticas alimentares

Coordenação: Manuela de Souza Diamico (UFSC); Julia Silvia Guivant (UFSC); Marília Luz David (UFRGS).

Local: CED sala de reuniões do Bloco B

Este Seminário Temático pretende dar continuidade à proposta apresentada na edição anterior do REACT, devido aos excelentes trabalhos recebidos. Portanto, mantemos o foco de reunir contribuições empíricas e teóricas a partir do diálogo entre os estudos sobre ciência e tecnologia e alimentação. Os ESCT oferecem uma gama de contribuições às pesquisas sobre alimentação que exploram desde a materialidade das práticas e como inovações modificaram o provisionamento e o consumo de alimentos, até a problematização do corpo e como o consumo e relações de produção de alimentos produzem o social. Dentro desta perspectiva, são bem-vindos trabalhos que considerem cruzamentos dessas análises com outras áreas das ciências sociais como a antropologia e sociologia da alimentação, da saúde e do consumo, bem como a sociologia ambiental. Temas possíveis abrangem transformações nos hábitos alimentares, controvérsias científicas alimentares e relações de confiança, mercado (global) de alimentos e as relações de consumo e produção, processos de definição de riscos, significados de alimentação saudável, e valores e relações de poder negociados em práticas alimentares.

 

Sessão 01: Riscos alimentares e saúde: os desafios das políticas públicas e dos mercados alimentares

Os políticos, as salsichas e as suas origens: alguns imbróglios a partir da Operação Carne Fraca (Graciela Froehlich – UnB)

A Reinvenção da Carne: Controvérsias e potências da carne artificial (Isabella Machado Altoé UFES; Gabriel Menotti Miglio Pinto Gonring – UFES)

Imaginários sobre alimento saudável em grandes empresas de orgânicos no Brasil (Marília Luz David – UFRGS)

Conexões entre conhecimentos científicos e o fomento das denominações de origem na região Auvergne: controvérsias a respeito dos queijos de leite cru (Mayra Lafoz Bertussi – EHESS, Unicamp)

 

Sessão 02: Conhecimentos tradicionais, práticas alimentares e alimentos tradicionais

Dicomer, dibeber ou coisa de velho: agrobiodiversidade e cultura alimentar geraizeira na comunidade do Pau D’arco (Juliana Rochet W. C. Paulino – UnB; João Marques Chiles – UnB)

Transformações da roça: cozinha e práticas alimentares em uma festa quilombola (Mariana Vilhena de Faria – UFES)

El cultivo de mandioca en la selva paranaense: un estúdio etnográfico sobre el conocimiento agrícola en un contexto rural intercultural (Ana Padawer – CONICET-Universidad de Buenos Aires-U)

 

Sessão 03: Conhecimentos e hábitos alimentares

“Tornar-se vegetariano/a” para estudantes da UnB: As razões para adoção dessa prática alimentar e seus modos de consumo (Thaís Rozas Teixeira – UnB)

Óleo de coco, banha de porco, prazer de comer e os cérebros saudáveis (Cíntia Liara Engel – UnB)

A cozinha dos microrganismos: entre o fazer culinário e o laboratório de Latour (Nicole Weber Benemann – UFPel; Renata Menasche (UFPel; UFRGS)

Técnica, alimento e religião: o abate halal em questão (André Gondim do Rego – IFB; Sônia Cristina Hamid – IFB)

 


 

ST 11 – Confluência de saberes em tempos de incerteza: diálogos (indisciplinares) entre religião, magia, ciência, filosofia e arte

Coordenação: Gustavo Ruiz Chiesa (UNIPAMPA); Nelson Job Vasconcelos de Carvalho (UFRJ)

Local: Miniauditório do CFH

O presente Seminário Temático pretende congregar pesquisas e reflexões interessadas nas possíveis e muitas vezes controversas confluências entre religião, magia, ciência, filosofia e arte, tomando como fonte de inspiração teórica e conceitual as proposições metodológicas e epistemológicas de autores como Gregory Bateson e Tim Ingold que, entre tantos outros, ousaram borrar as fronteiras entre os saberes, apostando na “antidisciplinaridade” e questionando os limites de suas próprias práticas. Inspirados pela liberdade e criatividade exercida por aqueles que se encontram nas margens dos saberes e se interessam pelas misturas ou por aquilo que escapa aos modelos rígidos e fragmentados de ciência, filosofia, arte e religião, procuramos acolher investigações que de algum modo buscam estabelecer um diálogo criativo com o novo, com a diferença, com o imprevisível, acenando para outras possibilidades de ver, fazer e pensar a ciência. Em um mundo fortemente marcado pela instabilidade, incerteza e perturbação, trata-se de dar vazão a outras formas possíveis de perceber o ambiente e se relacionar com todos os seus habitantes, com o intuito de alargar nossa apreensão, intelectual e intuitiva, do que é ser humano e, ao mesmo tempo, expandir e diversificar nossas maneiras de conhecer o mundo

 

Sessão 01

Epigênese e epigenética: as muitas vidas do vitalismo ocidental. (Glaucia Oliveira da Silva – UFF; Luís Fernando Dias Duarte – Museu Nacional/UFRJ)

A mente estendida através do campo mórfico. (Lucas Gonçalves Brito – UFRGS)

Tecnologia e Salvação: uma reflexão filosófica sobre os mitos de dominação técnica da natureza. (Vanessa Delazeri Mocellin – UFSC)

Transcomunicação Instrumental e sentidos: aproximações possíveis. (Gabrielle Bazacas Cabral – UFRGS)

Alianças animistas pela descolonização da academia. (Renzo Taddei – UNIFESP)

Notícias do oco do mundo – cartas para uma Antropolítica da Educação. (Luan Gomes dos Santos de Oliveira – UFCG)

Epistemologias Ecológicas e Reencantamento da Ciência. (Alan Delazeri Mocellim – UFBA)

 

Sessão 02

O “sagrado selvagem” de Antonin Artaud: confluências e controvérsias entre ritual, arte e magia. (Edilson Sandro Pereira – UFRJ)

AyauhuayA: Convergências entre inconsciente, espiritualidade e arte. (Matheus Moura Silva – UFG)

“Tribal Brasil na Cidade”: aprendizado em movimento nas etnografias de videodanças de um Curso de Formação em Tribal Brasil. (Tamiris Aline Ferreira – UFSC)

Uma reflexão sobre a magia num mundo de ciência e tecnologia: Magia do Caos, consciência cibernética e metaprogramação. (Felipe Boin Boutin – UFSC)

Limites do horizonte: cartografia de uma episteme utópica em encontros Rainbow. (Noa Cykman – UFSC)

Entre mortos, memórias e afetos: notas sobre uma busca. (Carolina Junqueira dos Santos – USP)

A organização do conhecimento no capitoloceno: O caso do Museu nacional do Rio de Janeiro. (Pedro Vidal Diaz – USP)

 

Sessão 03

Os processos de ensino-aprendizagem e a filosofia Madhyamika. (Luciana Fernandes Marques – UFRGS)

“Uma semente de Magia no coração do Piauí” – ecologizando o conhecimento a cerca da cosmovisão do Paganismo Piaga. (Milena dos Reis Rabelo – UFPI)

A cidade e o terreiro: suas linhas e moradas. (Luisa Mesquita Damasceno – UFRB)

“Zarà Tempo Tempo Zarà”: Percepções sobre o ser Tempo no Grupo União Espirita Santa Barbara a partir dos filhos de Obaluaê e Oxumarê. (Igor Luiz Rodrigues da Silva – UFSC; Cláudia Cristina Rezende Puentes – GUESB; João Paulo Martins Souza – GUESB)

Santa e santos, vila do Carmo São Roque/SP. (Ana Luísa Nardin Rezende de Abreu – UFSCar)

Rainhas de ngoma: reinados negros como elaborações contracoloniais do incessante contato. (Junia Torres – UFMG)

Diasporizações: migrações e movimentos de pessoas e mundos. (Janaina Santos de Macedo – UFSC)